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Procuro novos membros para a equipe Tenebrae, para aqueles que estiverem interessados basta entrar em contato comigo (Filipe Tenebrae), seja por comentários no blog ou mesmo por msn (s.o.a.d._dead@hotmail.com) espero que estejam gostando dos posts abraços.

domingo, 27 de novembro de 2011

Esperança

Esperança
Palavra pequena
Porém com muito significado
Significado para aqueles
Que ainda não a deixaram de lado

No meu caso
Acho que não significa nada
Pois há muito tempo abri mão
De resgatar aquilo que hoje
Não posso mais perceber
Aquilo que não posso mais ver
Não posso mais sentir
Desisti deste falso otimismo
Que só me faz mais cair

De que adianta um falso sorriso
Se por dentro eu quero fugir?
De que adianta sorrir
Se logo eu mesmo me deixarei dominar
Por aqueles motivos malditos
Que insistem em me assombrar
Insistem em consumir
Todo e qualquer sorriso que
Ainda insiste em surgir

Teria como mesmo assim
O sentimento de esperança
Viver dentro de mim?
Mesmo sabendo que
Tudo pode ter o mesmo fim
Vale à pena lutar
Por algo que simplesmente
Pode não mudar?

Tem como mudar
Ou talvez digamos preencher
Algo que há tempos esta vazio
E que a esperança não mais quer ver?

Tem como mudar a opinião
De algo que praticamente
Já estão abaixo do chão?

Se a resposta for sim
Eu continuarei vagando
Esperando que este momento
Aconteça para mim

Até lá permanecerei aqui
Com o mesmo vazio
Com o mesmo eco
Que escuto todas as noites
Antes de dormir
É ele quem me acompanha
Esta sensação de vazio
Que tomou conta do espaço
De onde vinha a esperança
E que agora grita
Por algum tipo de mudança

Porem quando a pessoa
Já esta acomodada
E não espera por diferença
É que a demora deve vir depressa
Senão o tempo pode passar
E a coisa não sair do lugar
O corpo permanece apenas
Como um recipiente vazio
Onde a única coisa que consegue
Transmitir é um eco
Porem seu eco sumira no ar
Deixando apenas um pedido
Para que a esperança tome
O seu lugar

Talvez um sorriso esteja ali
Angustiado como se fosse
Um ultimo suspiro de esperança
A questão é
Será este ultimo suspiro tomado
Pelo lado vazio
E então assim também sendo
Deixado de lado?
Serei mais um corpo que vaga
Sem conseguir realizar a nada
Sem conseguir um objetivo
Apenas produzindo mais um som
Desta triste melodia
De ecos que escutamos
Sempre, todos os dias

Então é preciso sim escutar esta musica
Porem é mais preciso ainda
Mudar os instrumentos
Para talvez assim também
Mudar o que esta se passando
Por dentro
E a melodia que antes pairava
E já então desaparecia
Conseguir contagiar a todos
Trazendo talvez assim
Um sorriso verdadeiro
Um sorriso de alegria.

Tenebrae.


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Escuridão

Meus pensamentos voam
Voam longe
Se vão ao meio da escuridão
Sumindo no horizonte

Lá eles permanecem guardados
Escondidos da luz
Porem em momentos impróprios
Eles retornam trazendo consigo o caos
Destruindo a sanidade que até então estava normal

Tudo se desmonta
Se transformando em tristeza
Isso sempre acontece
Talvez já seja coisa de minha natureza
Mas por que ter algo assim?
Por que ter de penar com os pensamentos
 Machucados antigos
Mas que doem até o fim

Com eles em permaneço
Até que retornem a escuridão
Lá eles aguardaram novamente
Até que a hora chegue
E eles voltem a perturbar
Talvez chegue um dia em que
Eu não irei mais agüentar
Mas até lá seremos um só
Lembranças e alma
Unidos por uma só dor
Juntos na agonia
Seja de noite seja de dia
Até a hora em que junto dos pensamentos
Eu inteiro siga com eles
Para o lado da escuridão
Assim estarei livre de todo caos
Talvez assim minha vida fique normal

Talvez eu deseje seguir
Seguir minha natureza
Por mais que seja ela de dor
Por mais que seja ela de tristeza
Ainda assim é minha natureza
Ainda assim me acompanhará
Por todos os dias de minha vida
O que posso fazer é me unir a ela
Formarmos uma união
Para juntos vivermos
Até o dia que iremos para a escuridão.

Filipe Tenebrae.

domingo, 20 de novembro de 2011

cuidado, eles sabem tudo sobre nós, mas não sabemos nada
sobre eles...
Eles te acompanham da hora que você acorda até a hora que
você dorme, sempre ali, sempre esperando o momento certo
para que possam atacar...
Sempre a noite, eles ficam naquele canto escuro da sua sala
ou do seu quarto, observando você viver normalmente, como 
se estivessem sozinhos, mas na verdade não estão...
Sempre ali, fazendo copos cairem, portas abrirem, a televisão desligar
misteriosamente, para que tudo possa ficar mergulhado na mais 
escura e negra penumbra.
Sabe aquela parte do seu guarda roupas que você nunca coloca nada?
ali é o lugar preferido deles, ou embaixo das camas, para que seu ataque noturno
possa ser mais rápido e mais facil.
Sabe aquela respiração que você ouve, quando tudo está silencioso? é ele, esperando
você dormir, para que eles possam se alimentar, e do que eles se alimentam, 
você deve estar se perguntando nesse momento, eu posso responder:
Eles se alimentam do medo, cada frio na barriga, cada pesadelo que
você teve, é disso que eles gostam, você está dando a eles um banquete
digno de reis.
Eles gostam de te observar dormir, mas não quer que você os observe. Eles
preferem ficar como fantasmas, invisíveis, mas não precisam disso quando 
estamos dormindo, se acordamos no meio da noite, quer dizer que ele foi 
descuidado, e chegou perto demais, mas não se atreva a abrir os olhos, eles acham
que você apenas se mexeu durante seu sono...
tenha uma boa noite, e boa sorte... 

sábado, 19 de novembro de 2011

você ouve vozes a noite e sente como se alguém estivesse te olhando?
Não se preocupe!
Eles estão esperando o momento certo para te levar junto com eles

sabe aquela sensação que você não está sozinho?
pois é, não era apenas uma sensação
Pelos olhos de uma criança, o mundo é muito diferente. Toda criança tem medo do que possa estar debaixo de sua cama. Elas tem medo do que possa estar escondido no guarda roupa ou espiando-as pela brecha de uma porta entreaberta.

Crianças são muito mais perceptivas do que adultos. Seus olhos são capazes de ver coisas que os olhos adultos não vêem. Quando você cresce, fica cego para os perigos que se arrastam pela escuridão. Mas as crianças conseguem ver o que está lá. Elas vêem os monstros.

Se você enxergasse, por uma noite, através dos olhos de uma criança, você saberia o que é medo de verdade. Se você pudesse ver de novo o que você quase esqueceu na infância, imagine o quão assustador isso seria. Você lembra de todas as noites em claro, quando você se escondia debaixo do cobertor, tremendo, com medo de se mexer, de fazer algum barulho, até de respirar?

Essas são noites que os adultos esquecem. As noites em que você se cobria por completo para que os monstros não te peguem. As noites que você passava segurando a respiração para não ser ouvido. Em que você se mexia o mínimo possível para não chamar a atenção. Eu sei que você lembra dessas noites

A única coisa que poderia proteger você era a luz. Luz brilhante. Você dormia com a luz acesa. Isso era mais seguro, isso significaba que eles não podiam pegar você.

Adolescentes cometem um terrível deslize. Eles ainda sentem que há algo no escuro, as tentam se convencer de que é só a imaginação pregando uma peça em sua mente. Eles tem vergonha de dormir com a luz acesa. Os adolescentes se esquecem que a luz é a única coisa que os mantém afastados.

Enquanto você está sentado em frente ao computador, você acha que a luz do monitor será o bastante para mantê-los afastados?

Sinto muito, mas não é...
Agora olhe para trás com os olhos de criança e tente não gritar

sabe quando você acorda no meio da noite pensando ter ouvido um barulho
vindo daquela parte escura de seu quarto, aonde nem o brilho do luar
que passa pela sua janela pode iluminar?
eu não posso garantir que não é nada, mas o melhor a fazer é voltar a dormir
antes que ele perceba que você acordou

tenha um bom dia, e boa sorte a noite 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Almas gemeas


Todos sonhamos com uma vida boa, termos nossa casa nosso carro nossa família, e isso é o objetivo Maximo de quase todos no mundo, e muitas vezes pessoas que se conhecem desde pequenos tendem a ter certa facilidade para se unirem e formarem juntos estes objetivos, bem foi algo parecido que ocorreu com Julio e Carla, eles se conheceram no ensino fundamental e sempre se deram muito bem! Tinham os gostos parecidos e nunca brigaram em todos os anos de amizade, sempre se metendo em confusões juntos todos a volta sempre disseram que os dois formavam um belo casal porem Carla sempre ria e brincava com o assunto dizendo que se casaria com Julio e que teriam um belo futuro, já Julio sempre deixava as brincadeiras quietas e simplesmente sorria, com o passar do tempo Carla entendeu o motivo desta reação de Julio, foi em uma festa do colégio que ele a convidou para dançar e claro que ela aceitou, era uma musica lenta e os dois estavam bem próximo e lentamente deslizavam pelo salão, de rostos colados Julio suava frio esperando pelo momento certo para dizer o que queria, até que no meio da musica ele apertou ela um pouco mais forte e soltou as palavras:
-Car..la eu tenho que ti contar algo...
-Hm o que Julio?
-Bem digamos que eu gostasse muito de ti o que tu acharias?
-Bom, mas tu gostas muito de mim e acho isso perfeito *Sorri*
-Bem eu sei mas eu estou falando de outro gostar entende Carla?
  Carla parou, os dois ficaram se olhando por alguns segundos até que Carla percebeu que Julio falava sério, ela se aproximou dele e o beijou, este foi o primeiro beijo que os dois deram após anos juntos, Julio estava muito contente pois finalmente conseguiu dizer a ela o que queria e o melhor é que ela correspondeu, durante a festa os dois dançaram muito e curtiram o inicio do relacionamento.
   Os dias passavam e os dois cada vez se mantinham mais próximos, Julio era romântico e gostava de agradar Carla, e como ele a conhecia melhor do que ninguém sabia do que ela gostava e sabia como a deixar feliz, e por longos cinco meses foi assim, passando cada dia cada hora juntos eles aproveitaram muito e no rosto de Carla e de Julio se via uma alegria enorme, passado algum tempo Julio teria de arrumar um emprego melhor pois queria comprar uma casa e começar a construir seus sonhos, Julio recebeu a ligação de um empresário bem sucedido que lhe havia dado uma oferta, queria que Julio saísse do RS para fazer um serviço em SP por uma boa recompensa, recompensa essa que poderia começar o sonho dos dois, após dias de conversa Julia aceitou isso vendo que era para o bem dos dois, Julio passaria seis meses longe de casa e longe de tudo e Carla apenas o aguardaria para poder o abraçar novamente.
   Passado quatro meses e meio da saída de Julio, Carla sempre ligava para ele todos os dias a noite para saber como eles estava lá e para matar a saudade também, mas em certa noite ao ligar para Julio quem a atendeu não foi ele mas sim uma guria, que pela voz aparentava ser bem jovem, Carla perguntou se havia errado o numero e ela disse que sim pois aquele era o numero do novo namorado dela, Carla não acreditava que isso estava acontecendo com ela, o amor de sua vida acabava de lhe apunhalar pelas costas e nem mesmo teve pena, ela decidiu então começar a batalhar por seus sonhos sozinha, já que com Julio não teria mais como seguir, no dia após esta descoberta Carla não ligou nem uma vez mais e o que comprovava que Carlos estava ocupado com outras foi o fato de ele não ligar nem uma vez também deixando ela sozinha, passado o um mês e meio Julio retornou com o dinheiro como havia prometido mas para sua surpresa ele chega em casa mas não encontrava Carla, apenas encontrou um bilhete sobre a mesa que era de sua despedida, ela contou que descobriu o caso dele e que desapontada não queria mais o ver, Julio entra em fúria e começa a destruir as coisas dentro de casa, com uma vassoura ele acertou tudo o que via pela frente até descarregar sua raiva por ter perdido o amor de sua vida e pelo fato de a perda ser totalmente culpa dele, mas ele não aceitava isso e queria a ter novamente em seus braços e tentou encontrar Carla, mas pelo telefone ele não conseguia falar, ela devia o ter bloqueado mas ele sabia para onde ela iria em um caso desses, a casa de sua mãe! E foi para lá que ele seguiu.
    Ele parou na frente do portão e chamou por Carla e a cortina da porta se abriu uma fresta mostrando o rosto desapontado dela, ele gritava pedindo para os dois conversarem por um minuto pois ele queria se explicar, após toda a conversinha dele ela apenas disse, “não” e saiu andando para a porta novamente, Julio chuta o portão e gritando diz, “eu ainda vou ti mostrar que sou o amor de sua vida Carla!”. Ele foi em borá e por dois dias ficou sem ter contato com ela, porem ele já estava em um estado lastimável de dependência e auto culpa pois tudo o que ele batalhou para conquistar ele jogou fora por besteira, mas sua mente queria resolver isso seja de maneira boa ou maneira ruim, ele então foi de madrugada para casa de Carla e ficou com o carro parado em frente, esperou que as luzes da rua se apagassem nas casas e foi ai que ele começou a por em pratica sua idéia, ele seguiu para a casa e silenciosamente abriu a porta com uma chave micha que ele possuía, Julio antigamente foi preso por fazer parte de um grupo de ladrões de carro e Carla prometeu o ajudar a abandonar esta vida, mas hoje estas habilidades o ajudariam a concretizar seus planos. Ele segue para o quarto de Carla com uma faca e um pano com produtos para fazer dormir, ele abriu a porta lentamente revelando que realmente ela estava ali, dormindo e só pedindo para que ele a possuísse, e assim ele fez, ele se aproximou e levava o pano até o nariz de Carla e quando ela abriu seus olhos a única coisa que ela viu foi o sorriso de Julio.
   Carla começa a acordar e sua visão ainda estava um pouco embaçada por culpa do produto, ela então depois de alguns segundos começa a perceber onde estava, estava na casa de Julio em meio ao seu quarto, estava com as mãos presas e estava seminua, Julio aparece na porta do quarto com uma pequena caixa nas mãos e uma expressão estranha também, Carla diz:
-O que tu ta pensando que vai fazer seu retardado?!
-Vou fazer o certo minha amada!
-O certo seria tu sumir da minha vida seu canalha! Como teve coragem de me trair depois de todo sacrifício que fiz para ti tirar daquela vida miserável?!
-Bem eu sei que o que eu fiz foi errado mas também sei que tu pode me perdoar, e sei também que tu não terá ninguém que ti ama e que ti quer tanto quanto eu! Então não vejo motivos para tu não estar comigo
-Isso não é só opção tua! Eu realmente queria levar uma vida junto de ti mas depois do que fez a única coisa que vejo é minha ânsia!
-Bom agora ficaremos mais próximos e voltaremos a nos entender meu amor, isso eu ti garanto!
-Eu não ficarei contigo pode esquecer! Me solta e eu não chamo a policia mas tu some da minha vida!
-Bem eu garanto que tu ficaras próxima de mim tu não tens escolha meu amor é para teu próprio bem!
  Julio se sentou ao lado de Carla na cama e junto trouxe sua pequena caixa preta, dessa caixa ele retirou uma grande agulha e um grande rolo de linha de pesca, olhando com um sorriso sádico para a agulha ele preparava o material, “o que tu pensa em fazer seu doente?!” dizia Carla já chorando, “vou me aproximar de ti meu amor, só isso”, Julio puxou o braço dela e enfiou a agulha em seu braço, Carla soltou um grande grito de dor e de seus olhos as lagrimas caiam como uma torneira aberta, seu braço sangrava muito pois ele atravessou de um lado ao outro, passando a agulha ele juntou seu braço no dela e cravou a agulha no próprio braço, ele esboçava uma expressão de dor mas ao mesmo tempo um sorriso, o que deixava Carla ainda mais apavorada por que viu que ele não estava para desistir disso, e assim ele foi segundo costurando seus braços, já não agüentando chorar mais Carla parecia já desistir disso e apenas tentava suportar a dor, mas em um ato de desespero ela aproveitou a aproximação de Julio e mordeu sua bochecha assim arrancando um pedaço grande de carne o deixando furioso, seu rosto sangrava muito e Carla já estava em estado de fúria, começava a puxar seu braço com força e como a linha era muito grossa isso machucava os dois braços, Julio via que se continuasse assim ele na conseguiria terminar seu plano e teria que fazer algo, vendo que ela estava conseguindo reagir ele decide partir para o “plano B”, então ele diz:
-Olha aqui Carla eu tentei ti mostrar o meu amor por ti e o quanto eu queria construir uma família contigo, sei que fiz besteira mas me arrependi e tu nem pra tentar me compreender!, agora só temos uma solução! Irmos juntos seja lá pra onde vamos depois de morrer, se é para tu não ficar comigo não ficara com mais ninguém, pois ninguém merece teu amor tanto quanto eu!
  Julio se estica para baixo da cama puxando seu braço e o braço de Carla colados que agora derramavam uma quantidade grande de sangue, os dois já haviam perdido muito sangue e podiam ter uma hemorragia, mas Julio tinha outros planos, ele então pega uma pistola de baixo da cama e apontando para o rosto de Carla ele diz:
-Primeiro irá tu meu amor, e me espere que irei junto de ti para vivermos eternamente sobre nosso amor!
Carla estava em estado de choque e não esboçava reação, então o silencio foi cortado pelo disparo da arma de Julio, seu corpo caiu sem vida sobre a cama branca que agora estava suja de vermelho e carne despedaçada, logo após isso Julio respirou fundo e botou a arma em sua boca, “me aguarde meu amor já estou indo para seus braços!”, e puxou o gatilho.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Me abrace.


 Faz anos que as coisas estão como estão minha vida se é que posso chamar assim está acabada e agora tenho que sobreviver do modo em que estou tudo começou em 15 de setembro de 1975 quando eu estava em um emprego novo, estava trabalhando em uma distribuidora e eu era quem entregava as mercadorias em determinados pontos, pois bem, um cliente havia encomendado uma mercadoria para sua casa porem sua casa era em um endereço estranho, mas como questionar os clientes não garantiria o salário no fim do mês eu fui entregar do mesmo jeito, era em um pequeno sitio que ficava afastado da cidade, bati palmas na frente do grande portão de madeira que já estava consumido por cupins como não havia campainha era o jeito, já estava tarde da noite, como o cliente tratou com a distribuidora, ele disse que tinha uma doença de pele grave e como morava sozinho não poderia atender durante o dia, eu como sou muito chato com doenças já fui esperando que fosse algo contagioso, bem na verdade não deixa de ser, um homem alto e de aparência sombria surgiu na porta da mal acabada casa, era forte e usava um, sobretudo preto o que o deixava ainda mais atormentador, não sabendo como me portar diante dele eu apenas o aguardei se aproximar, seu rosto eu ainda não conseguia definir, pois estava muito mal iluminado, apesar do porte dele ele se apresentou como uma pessoa velha e de má saúde, e a única coisa que disse foi, “tu poderia carregar para eu até a cozinha já que não posso fazer grandes esforços? Se o fizer lhe servirei um pouco de café!”, mesmo estando com certa ânsia do local e com vontade de sair correndo dali eu resolvi pensar na boa apresentação da empresa e garantir uma boa recompensa com o patrão, infelizmente eu deveria ter corrido mesmo, pois assim evitaria este tormento.
      Entramos pelo portão que fazia um barulho muito chato de dobradiças enferrujadas se movendo, e fui à direção da casa com o homem me acompanhando lentamente, a porta já estava aberta então eu fui logo entrando pois levava a sério o ditado “quanto mais rápido mais rápido!”, fui andando com a caixa para a cozinha e observando o local, a casa era enorme e tinha uma decoração macabra com quadros de artes estranhas como criaturas e demônios, chegando à cozinha eu larguei a caixa em cima da mesa e fui logo me virando para a direção da rua, quando me virei o dono estava muito próximo como a um ou dois passos, “e o café tu negará?” disse ele em tom grosseiro, “e..e..eu...”, gaguejei para lhe responder mas de nada adiantou tentar falar, no momento em que ele fintou seus olhos nos meus senti como se meu corpo ficasse pesado, minhas pernas não respondiam os comandos que eu ordenava e ali permaneci parado como um saco de batatas, meu cérebro funcionava mas meu corpo não, “tu será uma bela cria meu jovem, venho ti observando há tempos, sei que não me decepcionará”, disse o velho com um sorriso sádico no rosto, não entendendo nada e também não podendo fazer nada apenas fiquei ali imóvel, cada músculo do meu corpo gritava por ajuda mas apenas observei a aproximação dele, chegou mais próximo e tocou sua mão em meu ombro se apoiando em meu corpo petrificado, pude perceber seus dentes de forma anormal surgindo em sua boca quando ele a aproximou de meu pescoço, sem entender o motivo ele mordeu o mesmo fazendo uma dor surgir, algo insuportável me tomava não sabia explicar o que, o começo era uma dor incrível que foi substituída por um prazer inigualável, algo de harmonioso passava por meu corpo me relaxando e me fazendo esquecer a dor, logo após isso meus olhos pesaram e meu corpo acompanhou fazendo que eu simplesmente caísse, por um bom tempo eu dormi até que novamente a luz tocou meus olhos, estava deitado em uma cama grande e de lençol branco muito bem limpo, o quarto possuía a mesma decoração da casa do velho sendo com quadros estranhos e coisas anormais, antes de abrir os olhos pude ouvir uma única frase que me despertou de meu sono pesado, “acorde meu filho!”.
   Acordei com um mal estar enorme, meu corpo inteiro era tomado por dores intensas que me faziam agonizar sobre a cama, por um segundo eu senti que não havia mais vida em meu corpo e cai atirado sobre o agora desarrumado lençol, “se acalme lhe explicarei tudo meu filho!”, enquanto eu gemia e me contorcia sentindo meus músculos se torcerem em meu corpo o velho que antes possuía uma expressão rude agora expressava algo mais sereno, ele então foi logo dizendo, “sempre estivemos aqui e muitos não acreditam, mas estamos de fato! Somos aqueles nomeados de vampiros e sobrevivemos nas noites das grandes cidades, nossa origem ainda como na nossa vida não sabemos ao certo, mas alguns se dedicam em descobrir, eu sinceramente não me preocupo com isso sabe filho?...”, levantei-me e parti para cima do velho, quando me aproximei já lhe direcionando um soco ele simplesmente sumiu diante de meus olhos, e em minhas costas o maldito estava, “se acalme não há mais volta meu filho...”, “não me chame de filho seu velho maldito!” gritei com fúria, “tu nada poderás fazer a não ser sobreviver nesta vida maravilhosa que ti dei, terás problemas, mas ainda assim com o preço vale à pena a eternidade acredite!”, “quer dizer que agora sou um sugador de sangue de virgens?” disse em tom arrogante, “há há nada disso filho nada dessa história de virgens, apenas sangue, seu único e insubstituível alimento!”, “por que não consigo sentir nada?” perguntei, “tu não sentirás mais frio, nem calor não terás problemas com namoradas, pois não possui mais sentimentos, a única coisa que o motiva agora é tua sede por sangue e as descobertas que fará avançando junto com este mundo louco em que vivemos, não é maravilhoso?”, “sei que o que sinto por minha namorada não mudará por essa besteira, quer saber cansei disso e irei embora adeus velho!”, disse a ele dando as costas, “tu deverias ficar e aprender comigo tudo sobre tua pós vida meu filho, mas deixarei passar uma noite fora para perceber que lhe estou falando a verdade!”.
  Segui para a casa de minha amada, queria muito a ver e contar o estressante dia de trabalho que tive, não sei quantos dias estive fora e chegar falando de vampiros e com uma marca no pescoço para a namorada não parecia uma boa opção, mas eu deveria me explicar de qualquer jeito! Entrei em casa e quando bati o portão à porta de casa se abriu e ela vem correndo em minha direção, “por onde andava guri!?” disse ela já com lágrimas nos olhos, “aconteceu um acidente no meu ultimo trabalho vamos entrar e lhe conto”, no momento em que ela me abraçou eu senti algo estranho mas não sabia dizer o que era e infelizmente estava a ponto de descobrir da pior maneira, fomos para a sala e sentamos no sofá, após contar toda a história ela apenas demonstrou um leve sorriso e disse que apesar de tudo ainda me amava, e que não importava o que eu havia feito ela aceitaria, ela me abraçou e começou a beijar meu pescoço, senti algo borbulhar em meu estomago, sentia fome e era algo incontrolável, pedi para que ela se afastasse e ela perguntou se estava tudo bem, disse que foi besteira e continuei abraçado com ela, grande erro novamente, enquanto nos abraçava eu também a beijei no pescoço, porem junto do beijo vem uma vontade insaciável de fome, e infelizmente não pude conte-la sendo assim junto ao beijo eu a mordi no pescoço, senti que meus dentes penetraram em sua macia pele e ao mesmo tempo senti o doce gosto de seu sangue, isto fez com que meu corpo voltasse à vida e eu me senti mais vivo do que nunca! Ela havia virado seus olhos e tremia dos pés a cabeça enquanto eu saciava a minha fome por seu sangue, sentia que esta fome nunca iria passar e algo me dizia para parar, mas meu corpo apenas continuava a sugar lentamente todo o sangue dela, após alguns minutos percebi que não havia mais resistência e que agora eu estava a segurando, continuei mais um pouco e quando me saciei a larguei e assim seu belo corpo caiu sobre o sofá, percebi o que havia feito quando vi o seu rosto já pálido e sem vida, eu estava desesperado, mas uma tranqüilidade me tomou como se isso fosse feito diariamente, senti remorso, senti prazer, senti dor, senti felicidade, senti tudo os sentimentos possíveis tudo de uma só vez, e também senti que se fosse essa a vida de um tal de vampiro não era para eu isso! E decidi por um fim de uma vez por todas, antes que me deixasse tomar por este instinto e ficasse como aquele velho maldito.
    Juntei seu corpo a meus braços e a coloquei no carro que a mãe dela havia nos dado a uma semana de presente de casamento, apesar de tudo nenhuma gota de sangue sujava o carro afinal havia mais sangue em meus lábios do que no corpo dela, parti logo, pois já eram cinco da manha e queria completar minha decisão, pois se o mito da fraqueza dos vampiros fosse verdade o sol iria me matar e eu me livraria deste tormento, fui para uma praça que havia sobre uma linda colina a alguns quilômetros de casa, foi lá que tive meu primeiro encontro com ela há anos e sei que seria lá que ela iria querer acabar comigo também, olhei no relógio e já marcava 05:45 e o sol estava preste a nascer, retirei seu leve corpo do banco traseiro e me sentei em um banco de madeira a poucos dias pintado de vermelho, e ali permaneci esperando por minha forma de rendição por ter acabado com minha vida e com a dela junto, sim a culpa da minha ter acabado não foi minha mas isso não justificaria então seria melhor assim, ao horizonte percebi que surgiam fagulhas de um novo dia, este seria meu ultimo nascer do sol que veria e também com toda certeza o pior de todos, mas que precisava ser feito, os raios do sol surgiram tocando minha pálida pele e me fazendo gritar de dor, foram poucos segundos até que eu entrasse em combustão e também foram menos segundos ainda para que meu corpo sumisse diante do verde e vivo gramado, de meu corpo apenas restou o pó, após encontrarem o corpo de minha amada e sem justificativa o caso foi apenas arquivado como sem solução, mas há quem sabe do que se trata, e também há muitos assim como eu que buscam uma solução para o tormento que lhes foi dado de presente, felizmente o meu acabou e hoje pela eternidade apenas descansarei.