Novos postadores.

Procuro novos membros para a equipe Tenebrae, para aqueles que estiverem interessados basta entrar em contato comigo (Filipe Tenebrae), seja por comentários no blog ou mesmo por msn (s.o.a.d._dead@hotmail.com) espero que estejam gostando dos posts abraços.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Medo.


        Roberto estava deitado, pensando em algo para lhe tirar o tédio. Pensou, pensou e não achou a solução, e assim foi por horas, deitado naquela cama ele apenas pensava na angústia que seria sair dali. Roberto estava trancado em casa fazia mais de uma semana, tinha medo do que poderia encontrar lá fora, tanto medo, que resolveu ficar ali o resto de seus dias. No começo os amigos ainda ligavam o chamando para sair, mas a resposta sempre era a mesma, “não e não”, tinha algo que o prendia dentro da casa, o lugar parecia mal assombrado de tão silencioso que era, sua casa é enorme e agora estava entregue ao pó e a escuridão, era o que se encontrava de notável na casa, mas Roberto não foi sempre o único da casa, não, ele tinha uma linda e jovem esposa que o abandonou repentinamente, Roberto tentava achar a resposta disso também, mas só conseguia pensar no seu tédio.
         Foi quando um som quebrou a rotina da casa, um som da campanhinha soava ao longe fazendo Roberto estremecer, ele não imaginava quem poderia lhe visitar já que ele não tinha mais ninguém, mas ele mesmo que com tudo dizendo que não, ele foi ver, se aproximou lentamente da porta e percebeu pelas pequenas janelas empoeiradas que se tratava de policiais, mas o que eles iriam querer comigo? Pensou ele. E por mais curioso que estivesse ele não atendeu, ficou ali parado atrás da porta esperando que eles fossem após a ida deles Roberto andava pela casa, percebeu que na escada havia algumas manchas vermelhas, um pouco nos degraus e um pouco no corrimão, de longe parecia sangue, mas ele não se lembrava de ter caído ali, mas como isso não era mais importante ele seguiu caminhando, chegou à cozinha e havia um jantar preparado sobre a mesa, à comida já estava velha e dominada por formigas e baratas, um forte cheiro de podre levantava dali, realmente aquilo não estava em condições de consumo, pelo menos não para um ser humano, ele foi até a geladeira e pegou uma fruta.
       Era a única opção que ele tinha para lhe matar a fome, ele pegou algumas maçãs e subiu para o quarto, e após comer se deitou e dormiu, ele estava em um pesadelo, via uma aranha viúva negra que com o seu veneno matava o seu parceiro, ele se acordou então no meio da madrugada suando muito e assustado, ele sentia um cheiro como se fosse de perfume, e ainda mais, era um cheiro familiar, ele levantou a cabeça e olhou a sua volta, e em meio aquela escuridão ele percebeu que não estava mais sozinho, ele olhou fixamente para a parede e viu algo se movendo, era uma pessoa da mesma estatura que ele e que andava curvada, como quem sentia dor, e assim se movendo, lentamente se aproximava de Roberto, conseguia ouvir o barulho de ossos estralando conforme aquele ser andava, e seu pescoço pendurava-se de um lado para o outro como se a cabeça estivesse apenas pendurada, quando chegou perto da cama podia-se ouvir sua respiração. Ofegante e misturada com gemidos de dor, quando o ser se aproximou de Roberto que estava paralisado tamanho pavor, ele escutou uma voz rouca que disse: “POR-QUE”, e ao terminar suas palavras deu um grito que fez com que Roberto se urinasse encharcando a cama, ele já estava chorando desesperado quando viu os primeiros feixes de luz entrarem pela cortinha da janela, aquele tormento havia acabado e a criatura desaparecido.
      Ele não sabia o que fazer, primeiro a policia rondando sua casa e agora esta visão diabólica, estaria ele louco? Ele poderia sair e procurar uma resposta, talvez encontrar sua amada, mas ele não tinha forças para sair deste lugar, então resolveu fazer o que podia e procurar ali mesmo, foi até a escada onde percebeu as machas vermelhas e subiu cada degrau que ele subia ele sentia uma tontura, e quando se aproximava do fim dela percebeu que havia alguém o olhando de cima, estava apenas com parte do rosto aparecendo do corredor e antes que ele pudesse identificar quem era o mesmo correu, ele correu atrás procurando saber quem havia invadido sua casa, ele correndo gritava:” VOLTE AQUI LADRÃO MISERÁVEL E VAMOS VER O QUE CONSEGUE LEVAR!”, quando chegou ao corredor viu que havia entrado em seu quarto e ele foi atrás, abriu a porta, mas não havia ninguém ali, ele então começou a ouvir coisas, uma voz doce que surgia do nada, ele percebeu então que se tratava da voz de sua amada, ele estava nervoso e não sabia o que acontecia, foi ai que ele olhando a sua volta a viu sentada na cama envolta por uma toalha molhada, ela falava no telefone com alguém, falava que estava preocupada e que queria resolver isto logo, que não sabia quando “ele” poderia fazer alguma besteira e a matar, quando terminou de falar isto o silencio voltou a reinar, Roberto cai de joelhos não acreditando no que percebia, “seria isso uma lembrança minha?” se perguntava ele, “teria eu matado o amor de minha vida? Será que eu enlouqueci e estraguei tudo o que construímos de uma forma trágica?”, ele não conseguia se acalmar, só pensava no sangue em suas mãos e no que ele teria feito, foi até a escada e quando chegou lá ouviu como se algo caísse rolando por ela, algo pesado, que rolou e estourou lá em baixo. Ele se ajoelhou com as mãos na cabeça e via que o que rolava era realmente um corpo, “que flashes são esses?”, ele tremia e não sabia o que estava acontecendo.
       O dia levou uma eternidade para passar, Roberto só conseguia se lamentar pela morte de sua esposa e pela besteira que havia cometido, a noite havia chegado e ele estava parado na janela observando a vazia rua, tudo havia mudado tão rápido, ele estava só mais do que nunca, seria esse o motivo da policia o estar procurando? Pelo crime que cometeu! “eu devo me entregar então!” disse Roberto para si mesmo, ele foi até o telefone, mas a linha estava muda, foi até a porta, mas não conseguia a abrir, pois estava trancada, ele indignado foi até segundo andar, subiu no sótão e tentou se jogar pela fresta que tinha de uma velha janela quebrada, mas por algum motivo que ele desconhecia seu corpo simplesmente não passava pelo vão, era como se a casa o puxasse para dentro novamente, ele se apavorava novamente, “o que é isso?!”, ele desceu correndo, pois ouviu o barulho da porta sendo aberta, da escada ele via dois policiais entrando na casa, e junto deles estava mais alguém, uma voz feminina disse então: “Fo-foi ali senhor”, ele reconhecia a voz, mas não acreditava, era sua amada esposa que estava ali, a felicidade tomava conta de seu coração, pois percebia que ela não havia morrido, ele desceu as escadas correndo quase caindo e a abraçou, porém algo inesperado acontecia, seus braços não a tocavam e ninguém percebia sua presença, Roberto não entendia o que estava acontecendo, a moça diz: “nossa como esta frio esta casa, parece que estamos de novo no inverno aqui dentro”. Roberto confuso caiu em desespero, estava imóvel no chão olhando para sua esposa, “foi aqui que ele caiu, as manchas de sangue provam tudo, é o sangue dele podem averiguar” dizia a moça com o olhar baixo, “então tu quis aplicar o velho golpe do baú não é moça?” dizia o policial sorrindo, “eu o amava! Ma-mas conheci alguém que me completava de uma maneira estranha, e conhecia Roberto, sabia que se ele soubesse que eu não o queria mais iria enlouquecer e estragar meu novo romance”, “então a senhora o derrubou da escada parecendo ser um acidente!”, “be-bem senhor policial foi i-iss-o”, Roberto estava boquiaberto, como assim ele estava morto? Sua amada não o amava mais? Mesmo depois de ele fazer tudo por ela? Foi um golpe? Ela tinha outro amor? Ele foi enganado? As perguntas se remexiam em sua cabeça o fazendo cair novamente, ele se descontrola e sai se debatendo pela sala da casa, os móveis começam a se mover no ar, ele não sabia como, mas afetava as coisas a sua volta, os policiais estavam apavorados e a moça também, ela caiu em prantos quando percebeu o que acontecia, “eu nunca acreditei em espíritos, mas se tu esta ai Roberto quero que saiba que nunca foi minha intenção ti enganar, apenas queria o melhor para nós, e sabendo disso fiz o que fiz! Mas o remorso me tomou e vim até aqui ti pedir perdão, tu foi o único que me apoiou a vida toda e eu ti fiz isso, não sou digna de estar viva depois de tirar alguém tão brilhante da terra, então irei até ti pedir perdão olhando em teus olhos e entenderei se tu não ao aceitar, apenas quero ter a chance de pedir”. Roberto parou, ficou olhando para sua amada que estava com uma aparência insana, ela se levantou e foi na direção dos policiais que ainda estavam agachados por causa das coisas que voavam, ela pegou a arma da cintura de um deles, Roberto correu na sua direção gritando “NÃO!”, e antes que alguém pudesse fazer algo ela já havia puxado o gatilho.
          Anos depois do acontecimento, e a história de Roberto e sua amada que havia lhe traído se espalhou rapidamente, todos queriam conhecer a casa onde tudo começou e terminou, muitos tinham duvidas de que Roberto teria ou não dado o perdão para ela, ou se ainda estaria ali na casa confuso, chorando, e se lamentando pela traição que sofrera, e ela? Estaria bem por ter se arrependido de coração? Ou estaria em algum lugar sofrendo sua pena. Muitos acreditam que não, muitos acreditam que eles estão na mesma casa, vivendo dia a cada dia seu grande amor, que a pós vida pode eternizar, por mais que fosse de uma forma trágica, ainda assim era verdadeiro, mas e tu, no que acredita?

Tenebrae.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Lúcifer.

Lembro-me do vermelho
de ouvir muitas vezes a palavra NÃO!
lembro-me também
de ver o seu corpo no chão

pálido, imóvel, sem vida
sem uma chance
agora por minha causa
não seguirá adiante

Não se despediu então
dos amigos, de ninguém
lembro dela tremendo e rezando
e antes de fechar os olhos, dizer amém!

Seu Deus a aguarda?
minha querida cadáver
será que ele estará lá
para julgar seu caráter?

Tu quer mesmo isso?
tu quer ser julgada?
ser julgada por esta mão
que é a mesma mão que mata

Ele tem os motivos dele
eu já tenho os meus
mas no final somos iguais
derrubamos o sangue de quem nos ofendeu

Que cegos seguem nesta vida
sempre infelizes com suas alegrias
nunca se tem o bastante
e o que é dos outros é o que queria

Tenho muitos nomes
chame-me do que quiser
ou seja como a maioria
e me chame de Lúcifer.

Tenebrae.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Apenas quero.


Eu quero dormir
e não mais acordar
quem sabe até em um sonho
eu possa vir a morar

Um lugar onde a dor
não machuque as nossas vidas
um lugar onde as mágoas
possam ser enfim esquecidas

Um mundo só meu
onde tenho o que sempre desejei
um pouco de paz
e as pessoas que amei

Quem sabe assim eu fique melhor
com quem eu goste por perto
pois sozinho já estaria perdido
e a morte seria o mais certo

Mas ainda assim a noite
continuo a sonhar
no dia em que deitarei
para nunca mais acordar.

Tenebrae.

domingo, 13 de maio de 2012

Onde tu estavas?

Onde tu estavas
quando de ti eu precisei?
onde tu estavas
quando teu nome eu gritei?

Eu estava só
a procura do que me prometeu
e aos poucos fui desistindo
de encontrar o chamado Deus

Se ele estava lá
não queria me ouvir
talvez ele se satisfazia
ao me ver cair

Sendo assim percebi
que lá não havia nada
percebi que devia seguir
sem ter esperança nesta palavra

Eu sou meu Deus!
sou eu quem me sustento
quando as duvidas me atingem
e da realidade me botam medo

Então parei de perguntar
onde estaria Deus
para ajudar um daqueles
do qual ele esqueceu

Se um dia vir então
a descobrir a verdade
quero dizer em sua frente
que ele sim é fonte de maldade

Abandona quem precisa
para sofrer nesta vida
se alegra com nossas lágrimas
e vendo o sangue de nossas feridas

Então guarde para si
seus pensamentos obscuros
um Deus nunca existiu
e se sim, permaneça no submundo!

Tenebrae.