Deitado a beira do
precipício
Observando eu penso
Será que chegou minha
hora?
Ainda tenho tempo?
Há tanto a se ver
Mas o tempo vai
depressa
Não temos tempo a se
lamentar
Nem para se fazer
promessas
Eu nunca imaginaria
Que acabaria deste
jeito
Vejo-me saltando
daqui
Libertando-me deste
medo
Talvez seja medo de
enfrentar
Aquilo que eu mesmo
criei
Minhas manias
transformaram-me
Em um orgulhoso rei
Que só enxerga o que
quer
Sem aceitar nenhuma
opinião
Por isso em meu
velório
Ninguém carregara o
meu caixão
Até então estava bem
Mas sei que falta
algo
Talvez seja uma
companhia
Alguém aqui do meu
lado
Até mesmo o mais
poderoso rei
Precisa de uma rainha
Afinal, não nascemos
por conta
A vida não se vive
sozinha
Mas o fim podemos ver
E hoje eu vejo o meu
O que temia venho
Derrubando este
empoeirado véu
A imagem de forte
Não me acompanha mais
Aqui deixo minha
história
E tudo o que amei
para trás
Lamento a quem devia
Realmente me importei
Talvez haja mesmo um
inferno
E lá encontrarei com
vocês.