Olá, me chamo Carol e tenho 20 anos e vim dividir com vocês um fato que me ocorreu semana passada. Estou em meu quarto, e escuto o grito de minha mãe que me chamava da cozinha e assim fui até ela ver do que se tratava, ela queria me avisar de que ela e meu pai iriam sair e passar a noite fora, se eu quisesse chamar uma amiga para dormir comigo não teria problema, pois ela sabia que eu não gostava de ficar só por causa do tamanho da casa, fazia pouco tempo que havíamos nos mudado e ainda não estava acostumada, e assim eu fiz, liguei para a Débora minha melhor amiga para ver se ela aceitava passar a noite comigo, tinha quase certeza que sim por que isso já era costume nosso de passar a noite em claro vendo filmes de terror e falando besteira, liguei e já estava confirmado passaríamos mais uma de nossas engraçadas noites em claro.
Porém esta noite seria bem diferente das que costumávamos ter, a Débora chegou era mais ou menos 20h00min e já fomos para a cozinha para prepararmos nossas besteiras da noite, começamos fazendo pipoca e brigadeiro, mas um barulho vindo do segundo andar nos fez ficar em silêncio era como o som de um tamanco velho que batia pra lá e pra cá, julgando pelo barulho o som vinha do quarto dos meus pais então deduzimos que eles voltaram para pegar algo que haviam esquecido, e continuamos preparando nossas coisas, pegamos tudo e fomos para a sala, sentamos no grande sofá vermelho e eu fui ver se era minha mãe mesmo que estava lá, subi a escadaria e quando dobrei no corredor longo que dividia vários cômodos eu segui andando em silencio, senti um frio na espinha que não sabia explicar mas ignorando isso segui andando, quando me aproximei da porta do quarto gritei por minha mãe mas apenas recebi o silencio em troca, decidi então abrir a porta por mais que eu soubesse que ela não gostasse que entrasse sem avisar, a porta estava encostada então apenas há empurrei um pouco para frente, para minha surpresa não a vi ali dentro mas mesmo assim decidi entrar para investigar, sabia o que tinha escutado, acendi a luz e entrei no quarto, fui à direção do roupeiro olhando tudo ao redor, quando toquei nele a porta do quarto bateu com força me deixando trancada, com o susto eu dei um grito alto e fui à direção da porta até que a luz do quarto se apagasse, gritei pelo nome da Débora pensando ser uma das brincadeiras dela de mau gosto mas ela não me respondia, tentei abrir a porta mas todo esforço que fiz foi em vão a porta nem tremia, senti uma respiração ofegante atrás de mim, não sabia se era meu consciente que estava me pregando peças ou não mas sei que comecei a tremer, bati no interruptor na esperança de ligar a luz e me retirar deste tormento, mas quando bati apenas um clarão se formou enquanto a luz queimava, luz o suficiente para me demonstrar a estranha criatura que estava parada ao meu lado parecia uma senhora muito mal cuidada com um capuz sobre seu rosto mostrando apenas um dos seus olhos avermelhados e sua boca já sem dentes, sua roupa era suja e rasgada, ela estava parada como quem está pronto para se defender, mesmo que em um único segundo consegui ver isso tudo, é nesta hora que sinto um aperto forte em meu braço, uma dor enorme toma conta de meu corpo que começa subitamente aumentar a temperatura como se eu estivesse com uns 40 graus, nunca fui religiosa mas nesta hora tive de tentar algo, e em voz alta rezei um pai nosso, com os olhos cheios de lágrimas eu declarei a oração meio que sem saber as palavras certas e quando terminei tudo ficou em silêncio, a porta se abriu e a luz acendeu novamente, intrigada e muito assustada desci até a sala e vi a Débora lá tranquilamente assistindo televisão.
“Desculpe a demora” eu disse a Débora, “demora? Que demora? Tu acabaste de sair” disse ela com um sorriso, “mas eu... ah tudo bem vamos ao nosso filme” disse eu com um sorriso sem graça, sentei do lado dela e começamos a assistir a nosso filme de terror preferido, “O chamado” que já havíamos assistido dezenas de vezes mas sempre nos assustávamos, já concentradas no filme e com um pouco de sono nós estávamos na parte em que a Samara sai do poço para matar o jovem que estava envolvido na história, porém nesta parte quando ela saiu da televisão presenciamos o mesmo na nossa televisão, a Débora ainda brincou, “isso que eu chamo de filme em 3D”, porém vimos que a coisa era séria quando uma forma saiu por completo e ficou parada em nossa frente nos encarando, infelizmente eu já conhecia esta forma, e era a mesma velha que havia me atacado e me ferido o braço, Débora estava em estado de choque a encarando e chorando enquanto eu gritava, “o que tu quer de mim?!”, gritei umas cinco vezes até que a criatura se moveu na nossa direção, tentamos correr para fora mas a porta da saída estava trancada, “que ótimo!” gritei, a Débora mal conseguia andar e eu a puxava pelos braços, seguimos para a cozinha e peguei uma faca que estava sobre a mesa, mas a aparição não voltou a aparecer, até que a mesa começou a tremer, senti o chão tremer junto e em poucos segundos a cozinha toda tremia, coisas começavam a flutuar e passar por sobre nossas cabeças nos fazendo se agachar para não sermos acertadas, corri para a direção da sala mas a mesa voou em direção da saída e me trancou, quando fui gritar para a Débora sair comigo vi que ela estava encolhida em um canto com duas facas flutuando sobre o rosto dela, gritei alto e corri na sua direção porém nada consegui fazer, as facas já haviam a acertado em seu rosto que agora estava ali cortado e sem vida, pulei por sobre a mesa que havia caído da saída e corri na direção da sala novamente, subi a escadaria e olhei para baixo vendo aquela velha me encarando lá de baixo, com um sorriso sádico ela vem lentamente pairando em minha direção, lembrei da janela que havíamos trocado a poucos dias do meu quarto e que meu pai disse que estava um pouco frouxa e teria perigo de cair se eu me escorasse nela, e foi pra lá que fui, quando abri a porta a criatura estava em frente à janela me olhando fixamente, senti um medo desconhecido como se ela estivesse possuindo minha alma por inteira, minhas pernas estavam fraquejando e sentia como se estivesse morrendo segundo após segundo, tomei uma rápida decisão e corri para cima da velha, quando me aproximei o bastante saltei na direção da janela atravessando seu corpo espectral, senti um aperto no coração quando a atravessei mas consegui quebrar a janela, tive uma queda livre do segundo andar direto no chão, cai de mau jeito e senti que tinha quebrado as duas pernas e talvez algumas costelas também, mas havia me livrado daquela maldita velha, ela estava lá me olhando da janela e sorrindo, para minha passava um vizinho amigo meu por perto e me socorreu, fui levada ao hospital e chegando lá fui tratada, me disseram que tive sorte pois a costela que havia fraturado por pouco não perfurou meus pulmões, após alguns meses de recuperação eu voltei para casa, nos mudamos de lá após eu contar a história toda, chegando à nova casa eu já me sentia bem, apenas com saudades da Débora e um pouco perturbada ainda com aquela história toda, por muitas noites eu me acordei de madrugada tendo pesadelos com a velha que me assombrou aquela noite, porém foi em uma noite em que eu estava dormindo e senti algo me tocando, algo segurou o meu braço no mesmo lugar onde havia sido machucado, antes que pudesse reagir escutei uma voz feminina e muito rouca sussurrar em meu ouvido, “voltei para ti minha querida”. [FIM]
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